O QUE É A MUSICOTERAPIA?
A musicoterapia é uma forma de intervenção terapêutica, facilitada por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo de clientes, que utiliza a música como elemento central do processo terapêutico.
Implica uma prática sistematizada, com objetivos específicos, tendo em vista facilitar e/ou promover aspetos fisiológicos e cognitivos, competências sociais, de relação, de linguagem e de comunicação, aprendizagem, mobilidade, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos importantes.
Grávidas, bebés, crianças, adultos e idosos, sem necessidade de formação musical prévia e independentemente do respetivo nível de funcionamento cognitivo e motor.
A musicoterapia desdobra-se em várias áreas de aplicação, entre as quais se destacam:
-> a musicoterapia médica (designadamente na neonatologia, na psiquiatria, nos cuidados paliativos e continuados);
-> a musicoterapia desenvolvimental (nas perturbações do espectro do autismo, no atraso global do desenvolvimento, na hiperatividade e défice de atenção, nas perturbações emocionais e do comportamento na infância e na adolescência, no síndrome de Down, na paralisia cerebral, na multideficiência);
-> a musicoterapia de reabilitação social ou comunitária (nomeadamente junto de jovens em risco);
-> a musicoterapia em geriatria (por exemplo, como terapia complementar no acompanhamento de pacientes com demência);
-> a musicoterapia psicoterapêutica.
Serve inúmeros e comprovados benefícios, designadamente:
-> facilita a expressão das emoções e o desenvolvimento da autoconsciência;
-> promove a autorregulação;
-> promove a comunicação verbal e não verbal, estimulando a aquisição e a utilização da linguagem;
-> promove a interação social, explorando dinâmicas de relacionamento interpessoal e de comunicação interativa;
-> aumenta a participação da pessoa no grupo e na comunidade em que se insere;
-> facilita o trabalho em conjunto e de forma cooperativa;
-> melhora a atenção e a concentração;
-> promove a memória e a imaginação;
-> estimula a coordenação motora;
-> integra e organiza os processos de aprendizagem;
-> ajuda a desenvolver o comportamento adaptativo;
-> ajuda a reduzir o stress, melhorando o bem-estar e a qualidade de vida do paciente e da família.
Numa aula de música os objetivos são pedagógicos, sendo o objetivo principal ensinar o aluno a tocar determinado instrumento musical, através da aquisição de competências técnicas e noções de estética.
Numa sessão de musicoterapia os objetivos são terapêuticos e a música passa a ser um meio em vez de um fim.
Ou seja, nestas sessões são trabalhados objetivos terapêuticos, não musicais, que vão ao encontro das características e das necessidades individuais daquele cliente em particular, sendo que passamos a ter a música ao serviço desses objetivos terapêuticos, em vez de objetivos pedagógicos ao serviço da música.
Como tal, podemos dizer que em musicoterapia a intervenção ocorre no plano musical, contudo, os objetivos são definidos no plano não musical.
A intervenção em musicoterapia tem a vantagem de poder ser adaptada às necessidades individuais do cliente, tendo em consideração os respetivos pontos fortes e vulnerabilidades, podendo envolver atividades mais estruturadas (construção e recriação de canções) ou mais livres (improvisação clínica, vocal e instrumental).
Dependendo do perfil e das necessidades específicas de cada um, as sessões podem ocorrer em formato individual ou de grupo (com um mínimo de três elementos).
Duram, aproximadamente, 50 minutos.
Estudou piano no Conservatório Regional de Tomar e na escola JBJazz, após o que ingressou na Licenciatura de Jazz e Música Moderna da Universidade Lusíada de Lisboa.
Concluiu o Mestrado em Musicoterapia, pelo Instituto de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade Lusíada de Lisboa, com estágio curricular integrado no Hospital Garcia de Orta, em Almada, concluído com a classificação de 20 valores.
No âmbito desse estágio integrou o grupo das perturbações do espectro do autismo do Centro de Desenvolvimento da Criança Torrado da Silva, do mesmo hospital.
Atualmente exerce funções de Técnica Superior de Musicoterapia na Nós – Associação de Pais e Técnicos para a Integração do Deficiente, no Barreiro.
É também musicoterapeuta no UP – Centro de Apoio ao Desenvolvimento da Criança e da Família, em Almada, e na Clínica Miúdos & Graúdos, na Aroeira, onde atua maioritariamente no âmbito da intervenção precoce.
Participou recentemente como palestrante nos Colóquios do Centro de Desenvolvimento da Criança Torrado da Silva, da ULS Almada-Seixal, intitulados “Perturbações do Espectro do Autismo”, na Egas Moniz School of Health and Science.